Sunday, October 17, 2010

Que rumo?

Vivemos num mundo brutal, a todos os niveis, ao nivel do processamento e transmissão da informação, ao nivel da actividade economica, ao nivel relacional e afectivo, educativo, enfim, tudo exige rapidez, esforço e sacrificio, sendo o prémio na maioria das vezes o não reconhecimento de capacidades, e maior e continua exigencia.
Num mundo globalizado, assim se processam as vidas dos cidadãos, mas não de todos...aqueles que elegemos com maior ou menor desconfiança para nos representarem, para defender e desenvolver a sociedade nas suas diversas vertentes, vivem noutro mundo bem diferente.
Este mundo é pautado pelo luxo, estravagancia, desperdicio e completa indiferença ao sofrimento alheio, creio mesmo que se trata de uma incapacidade cronica de empatia, de dever, de orgulho, quão baixo se pode dexer neste mundo? O mais baixo que a raça humana desceu nas varias epocas cronologicas, não sendo esta epoca diferente de algum modo, apenas se aperfeiçoam os mecanismos de laxismo, clientalismo, nepotismo.
Sendo tambem verdade que isto se verifica em todo o mundo em Portugal merece um destaque pelo efeito que gera nas populações; praticamente toda a gente sabe que estas situaçõe existem, que são flagrantes, sabem tambem que o sistema socio-economico do nosso pais, esta de acordo com os mais desenvolvidos na europa e que pecará por defeitos de imaturidade democrata que ainda teremos, mas que falha sobretudo pelo egoismo, a cegueira, o conservadorismo e a falta de pudor para não dizer vergonha, dos dirigentes politico-economicos.
A nossa historia explica muita coisa, pessoalmente considero os descobrimentos o maior erro de Portugal; exploramos as colonias, que geraram abundantes riquezas para uma classe politica, militar e religiosa que se encheu, deixando o povo manso na ignorancia, e nao desenvolvendo infra estruturas ou tecido economico, necessarios, olhando para as "posses alem mar" como o verdadeiro orgulho, incapazes de perceber que a maior riqueza se encontra nas pessoas e no engenho humano.
Veio a infantil e mal preparada I republica, e a ditadura subsequente e os habitos classistas, coorporativistas mantiveram-se e progaram-se até, perdurando até ao 25 de Abril que não passou de uma transição de sistema, ingenuidade e utopia lusa ou apenas desnorte ideologico? Ambos, julgo, e o povo manso (mas critico) mantem-se incapaz de tomar as redeas da sociedade, atraves do associativismo, sindicalismo apartidario, e condena aqueles que deveriam ser os primeiros a sacrificarem-se, e que independentemente de o fazerem, nunca ficariam numa tao precaria situação como a dos seus "subditos".
Resta-me apenas, confiar no tal engenho e criatividade humanas, misturado com um pouco de utopia (especialmente neste pais) que é de facto possivel fazer muito melhor, na capacidade empatica e de sacrificio, por causas maiores, que sem duvida modificarão o rumo que temos vindo a seguir, e aparentemente seguiremos durante uns tempos mais...