Tuesday, February 09, 2010

Republica de fantoches

Poderia ser das bananas é certo, no entanto a designação de republica das bananas é insuficiente a meu ver para retratar o estado de coisas a que o país chegou.
Vejamos o orçamento de estado, como seria de esperar correu tudo pela velha via, ou seja para problemas velhos, velhas soluções com os resultados conhecidos e depois temos as finanças regionais que vou falar mais adiante.
Portugal sofre de um mal comum a varios paises latinos e que é cultural na sua matriz: o forte fervor religioso ou pelo menos nos dias de hoje o conservadorismo e dogmatismo associados ao mesmo já que a mensagem cristã, distorcida pela igreja catolica que sempre preferiu construir e alimentar dogmas em vez de alimentar o intelecto e os valores humanistas como pilares da essência humana, não tem hoje a aceitação entre a população que teve em tempos não muito distantes, e pessoalmente considero isso positivo.
No entanto se aliarmos estes dogmas a politicas igualmente sectarias e dogmaticas temos uma mistura explosiva de conservadorismo e atraso humano, e foi isso que tivemos durante meio seculo com a ditadura.
O governo fascista e ultra conservador teve efeitos devastadores no pais ao nivel do desenvolvimento social, economico e humano, e os seus efeitos não foram correctamente neutralizados aquando a revolução de abril, uma revolução politica, marcada por lutas politicas nos anos imediatamente posteriores e por politicas implementadas à pressa num pais onde faltava quase tudo.
Assim a sociedade portuguesa sofreu mudanças por força da liberdade de expressão, de acesso à informação e pela integração na CEE que foi talvez o factor que mais contribuiu para a mudança de mentalidade "atlanticista e colonialista" de Portugal para uma mudança europeista que durante tanto tempo fora erradamente menosprezada; no entanto os sucessivos governos têm falhado na mudança dos padrões culturais dos portugueses, não se tem envolvido, tal é visto na sociedade portuguesa como uma invasão pelo estado na esfera pessoal, como alias é qualquer tentativa de intervenção estatal em qualquer sector social, e este é a meu ver um dos principais problemas da sociedade portuguesa, senão o mais grave de todos eles.
Não defendo de modo algum uma sociedade onde o estado tudo vê e tudo controla, mas o estado deve desempenhar um papel activo na sociedade, ser uma peça fundamental no motor da vida civil sem o qual esta não pode funcionar correctamente, é preciso haver um equilibrio entre serviços sociais, investimento publico (estrutural ou funcional) e a inciativa privada seja ela economica, cientifica, artistica etc.
A respeito do investimento publico mais uma vez parece-me que os sucessivos governos tem mantido as palas que os impedem de ver mais alem, investaimento publico não é somente construir infra estruturas, é investir nas pessoas, no ambiente no nosso pais, investimento publico é reformar o sistema de ensino para que seja mais justo e inclusivo, é modificar os serviços publicos para q sejam eficientes e percam a burocracia que os caracteriza, é garantir que possuimos um sistema de saude abrangente, capaz de dar resposta às necessidades da população e que não esteja refem de interesses de uns quantos particulares para os quais é do maior interesse que as coisas continuem como estão, é permitir que as pessoas desenvolvam ao maximo as suas capacidades para poderem tomar o seu lugar na sociedade conforme as suas aptidões e interesses, é dar lugar às novas gerações e aqueles que não tendo cor partidaria têm ideias e propostas para os problemas do pais para que tomem o lugar e a responsabilidade de gerir os destinos do país, com a supervisão e orientação necessaria mas com ideias novas e proprias, que façam esta população anestesiada participar activamente nao apenas atraves da voz, das redes sociais, mas de associações de cidadãos independentes de partidos politicos e das suas jogadas partidarias, que tantas vezes minam o bom senso e actuação dos sindicatos nacionais e acabam prejudicando aqueles que deveriam proteger, mas que por vezes não passam de meros peões.
Investimento publico tem mais de funcional do que estrutural portanto para poder dar bons resultados, vejamos o caso das finanças regionais, sabemos bem a crise economica que o pais atravessa com picos mais ou menos acentuados consoante as asneiras governamentais e a perversidade dos grupos economicos, e neste quadro os mesmo de sempre pagam as contas, para que os os grandes continuem grandes (e por estas paragens)para salvar os pequeninos quando tudo isto tiver acabado, triste ilusão neo liberal.
Assim sendo as varias regiões do pais veêm os fundos destinados serem reduzidos, incluindo as regiões autonomas que possuem caractristicas particulares que agravam a sua situação e em parte uma dessas caracteristicas é de indolo politica.
No caso dos açores o distanciamento, o turismo relativamente fraco comparado com a madeira ou algarve e uma população activa com elevados defices educacionais tornam extremamente dificeis o progresso economico e social, mas a insularidade traz consigo outro problema mais grave que é o da criação de caciques e de clientalismo, do qual a madeira é o caso mais exemplificativo; na madeira reina um individuo que mantem o pais refem (pela cobardia politica dos nossos lideres) dos seus caprichos, clamando sempre os fundos para a região modelo do pais, ora a região modelo e tudo menos um modelo a seguir, ja que o offshore da madeira é um dos grandes responsaveis pelo ficticio e aparente superior poder de compra dos madeirenses relativamente ao resto do pais, numa região onde o 25 de abril não se deu totalmente, onde uma franja significativa da populaçao sofre de altos deficits culturais, ampliados pelo estilo de actuaçao saloio e populista do presidente regional e onde outra franja significativa vive na pobreza, desprezada pelo governo da região, ja que deles não pode retirar dividendos de qualquer especie.
E assim estes problemas politicos vão sufocando o país e distraindo os responsaveis dos problemas por resolver, dos quais não fazem parte muitos deles que referi, nem tão cedo farão, caso se mantenham no poder, os fantoches do costume, manipulados por interesses obscuros dos varios quadrantes sociais e por eles mesmos numa espiral de "mãos que se lavam vezes sem conta, umas às outras"...

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