Wednesday, October 21, 2009

As ciências do homem

Parece um pouco estranho distinguirmos entre ciencias humanas e nao humanas, porque toda a ciencia é feita por seres humanos e tem como objectivo o conhecimento com vista a melhorar a nossa compreensao do mundo que nos rodeia, e como meta final, a ajudar-nos a viver melhor, a ter mais e melhor qualidade de vida.
No entanto, existe um conjunto de ciencias que pela sua especificidade e metodos se distinguem das denominadas ciencias da terra ou basicas; são as ciencias humanas e sociais, nas quais cabem: a psicologia, sociologia, antropologia, ciencia politica, para exemplificar as mais relevantes; e estas ciencias estudam o homem nas suas interacçoes sociais e culturais, na sua dimensao psiquica, na sua vivencia em sociedade e como nela se organiza.
Toda a ciencia e geradora de conhecimento importante para a humanidade, e todas se complementam e dão os seus contributos para o nosso progresso geral, e no entanto parece que as ciencias sociais, apesar de todo o conhecimento, exaustivamente obtido atraves dos metodos mais, ou menos objectivos nao tem proporcionado à humanidade, na ultima decada, uma melhoria significativa do seu modo de agir, viver e pensar individualmente e socialmente.
Toda a gente fala na crise de valores que atravessamos, factor dissecado em incontaveis teses de psicologia social e sociologia, da crise e descrença dos cidadaos nas instituiçoes politicas, e sabem-se os motivos, explicados pela ciencia politica, a sociedade compreende os seus problemas e estuda-os minuciosamente, mas na altura que de propôr soluções, ou ainda mais para as inculcar nas mentes colectivas, não existem equações capazes de resolver semelhante problema.
será que a sociedade, e a transformação da mesma, é patrimonio exclusivo de uns poucos "iluminados", insuficientes em numero para contrabalançar com as massas??
Não creio, muito sinceramente, se a ignorancia, é ateadora de incendios, a presunção intelectual é o combustivel dos mesmos, a nossa sociedade, na minha humilde opinião carece de um valor humano, raramente tido em consideração pelas ciencias sociais, a coragem.
É por falta de coragem politica, economica, educacional, entre tantos outros exemplos, que a sociedade vê não ser possivel, por em pratica muito do conhecimento que os seus membros produzem; nunca tivemos uma sociedade de tanta abundancia e liberdade é certo como nos ultimos 30 anos, mas isso tem um preço, é que tudo o que sobe muito, tem tendencia a descer a pique, e a crise economica ai esta para confirmar esta hipotese.
E em ambos os cenarios, os piores motivos da humanidade, brotam e florescem, no primeiro caso porque, desprovido de carecnias um hedonismo exacerbado toma conta de uma populaçao que não quer saber de ser humano e tudo oq isso representa, mas aproveitar a abundancia ao maximo, como os animais do deserto ao fim de uma seca, e na segunda, porque agudiza-se a sobrevivencia e só "quem tem unhas toca guitarra", afinal nao diferimos assim tanto dos animais.
O que as ciencias humanas falharam, foi na previsão de necessidades humanas, todas elas sem excepçao, se a psicologia social demonstrou que os seres humanos necessitam de afiliaçao social, e são vitimas da pressão de pares, nao explica como potenciar essa afiliaçao no mundo moderno ou como ensinar ás nossas crianças a resistirem á ameaça individual da pressao grupal, tal como a ciencia politica explica a teoria do estado e reconhece o afastamento dos cidadaos do mesmo, mas é incapaz de criar medidas que levem á sua reforma com vista a atingir esse objectivo.
Questões de varia ordem que se tornaria aqui fastidioso enumerar ditam estes factos, e creio que são bem conhecidas, afinal o mundo não é cor de rosa, por muito que á luz das ciencias e dos miraculosos metodos cientificos ás vezes possa parecer que as soluções estão mesmo á vista, mas como se sabe, as soluções e teorias, na maioria das vezes, raramente abandonam o papel, destino e caracteristica propria do ser humano.

Saturday, October 03, 2009

Cronicas de um mestrando hehehe

Ontem desloquei-me à univ nova para fazer a matricula, e para supostamente ter aulas, ora ao chegar la verifico que nao vão haver aulas, mas apenas uma apresentação ao curso em si; foi bom pelo facto de puder ir-me embora no proprio dia (quanto menos tempo em lx melhor) mas mau pelo facto de face a este cenario, poder ter-me inscrito na proxima semana, e ter tido aulas, ou seja, fui para la apenas para ouvir palavras desmotivantes....
Os dois profs que abriram a sessão de esclarecimento, e que se podem considerar os big shots do mestrado pareceram-me bastante acessiveis, o problema é que creio que o curso em si nao vai ser nada acessivel.
Um dos professores frisou o facto de existir uma taxa de abandono elevada do mestrado, sendo que esse numero atinge os 50% quando se trata da fase final, ou seja dos estagios com relatorio ou das dissertações, dá logo para ficarmos com uma perna atras, e se eu ja tinha second doubts sobre a minha lucidez mental ao escolher este curso, ao ouvir tais palavras fiquei com a certeza que durante umas certas semanas a lucidez foi nula.
Mas enfim, creio que é preciso arriscar, e senão o tivesse feito nunca saberia se tinha perdido uma oportunidade para melhorar competencias e alargar o espectro de acçao profissional.
Um conselho que posso dar às pessoas que estejam a pensar em ingressar num mestrado é que tentem falar com pessoas que ja estao la, para obterem um feedback sobre o mesmo, e caso seja de facto uma area que vos interesse e que possa abrir perspectivas profissionais interessantes, e caso tenham disponibilidade arrisquem.
No entanto tambem é importante esclarecer que existem muitas formações que se podem tirar depois da licenciatura, e que sao uteis a nivel de curriculo e que podem permitir ganhar novas competencias, e que sao muito mais em conta do que o mestrado, é apenas uma questão de escolhas e encontrar um equilibrio a nivel de perspectivas de futuro.