Monday, July 27, 2009

O novo Patriota

Varias vezes dizem-me que não gosto do meu pais, que não respeito as suas tradições, não é verdade, permitam que esclareça a minha posição; considero-me como sendo patriota, gosto muito do meu pais, das suas praias, das suas serras, da sua vegetação e fauna autoctenes, e no geral na propensão do povo portugues para resolver os assuntos seja internos seja externos através da cooperação ou de processos não violentos; são estas as coisas que amo no meu pais e na sua gente.
Mas sim é verdade, existem muito mais coisas que odeio visceralmente no meu pais, odeio a mediocridade que está instalada á pelo menos uns 200 anos, fruto de uma elite podre e que ainda hoje decide os destinos do pais, com a complacencia do muy subsirviente povo, que precisa estar no abismo (e não á beira) para se sentir espicaçado e encorajado a agir.
Odeio uma boa parte das tradições que temos que nos definem como um pais semi-terceiro-mundista como por exemplo as praxes, as touradas de morte, o modo como tratamos a natureza no geral esquecendo que esse é o nosso verdadeiro patrimonio.
Odeio a falta de bom gosto relativamente á musica, a leitura, e a imbecilização, muito perpetuada por canais de tv como a tvi, a agencia nacional por excelencia de estupidificação do povo.
E finalmente, odeio a inercia e a impunidade em que estamos mergulhados, é preciso criar um manifesto para o novo patriota, uma visão inovadora deste sentir, que é o individuo que luta por aquilo que acha estar certo, mesmo quando uma boa parte ou mesmo a maioria do seu povo, nao o compreende.
Nada disso me demove, antes pelo contrario, ainda me incita mais a continuar esta luta, estou farto de ver o estado a que chegou a nossa politica e a nossa sociedade, mete-me nojo de cada vez que ligo a tv e vejo um qualquer degenerado que roubou mais uns milhões, e que provavelmente sairá impune e ilibado dos seus actos, e onde o pobre que rouba um pão se arrisca a pagar o valor do mesmo, mais juros, mais despesas do processo, estou farto de ver os mais ricos deste pais ao nivel dos mais ricos da europa e por vezes ate num nivel mais elevado, quando portugal é dos paises mais pobres da UE e os mais pobres ao nivel mais baixo, dos mais baixos, basta ja disto!! Basta de falsos moralismos, e de formalismos que escondem homens perversos e sem valores alguns, sem espirito de sacrificio, esta é a realidade politica actual, da esquerda á direita, todas os partidos com assento parlamentar estão podres, viciados no esquema de cargos publicos de jogos de interesses que so os servem a eles, e entre os quais os seus menbros lutam sofregamente, para obter o premio.
Sim digo-o mais uma vez com veemencia, sou o novo patriota, não tenho medo nem de apontar o dedo, nem de reconhecer o que temos de bom, e por isso mesmo continuarei sempre firme a defender este novo tipo de patriotismo que afinal me parece ser o unico correcto e que serve melhor as gentes de cada pais, e nosso parece-me especialmente carenciado neste campo.

Saturday, July 04, 2009

A nova Esquerda

Recentemente foi criado em portugal mais um movimento civico, que brevemente se tornará em partido politico, o movimento da nova esquerda.
Este movimento pretende preencher um espaço deixado em branco pelo partido socialista, que cada vez se afasta mais da sua matriz social democrata, e cujos representantes (os mesmos de sempre) se revelam incapazes de responder às solicitações de uma vasta maioria populacional que se revê, numa ideologia patente no nome do partido, mas que este teima em ignorar.
Não se trata apenas de procurar ganhar um espaço no espectro ideologico da politica nacional, mas tambem e muito particularmente, representar um novo modo de encarar a politica, um novo paradigma politico que envolva mais os cidadãos, no debate de ideias, na escuta dos seus problemas; penetrar na sociedade civil e construir com ela pontes de entendimento.
Todos nós sabemos o quão distantes os politicos se encontram das populações, incluindo os presidentes de camaras, salvo algumas excepçoes, e tal não pode continuar, as pessoas nao se identificam com os seus representantes porque os seus representantes nao se identificam com as pessoas, não as procuram e ouvem o que tem para dizer, julgo que este é o principal desafio da nova esquerda, aproximar as pessoas do poder politico, fazer com que se sintam incluidas nos processos de decisão.
E tambem dar um novo alento à social democracia em portugal, confesso que fiquei emocionado com a criação deste movimento, falava frequentemente na necessidade de ser criado um movimento social democrata em portugal, na linha da verdadeira social democracia, daquela que não seguiu a terceira via, e que inevitavelmente se encontra agora num dilema, á conta da sua indefinição ideologica.
Espero que a nova esquerda esteja ciente que pode vir a ter um papel muito importante na sociedade e que aceite e procure esse desafio, existem muitos que não pretendem assumir responsabilidades e esses nunca conseguirão assitir a mudanças concretas na sociedade, é tempo de a nova esquerda actuar no contexto nacional, defendendo aquilo que felizmente certas nações com sistemas politicos similares ao que defende este movimento, há muito que sabem serem essenciais para o desenvolvimento economico, mas principalmente humano, no dominio dos valores e do social, factores cruciais para uma sociedade mais harmoniosa.