Saturday, April 16, 2011

Out Of Reach?

Frequente avaliamos o que está ou não ao nosso alcance, é como um perpetuo duelo ritual entre desejos, aspirações e confrontação com a realidade.
E frequentemente tambem preferimos fugir da realidade, o escapismo tornou-se a droga do mundo ocidental, um mundo alternativo e proprio onde o self se pode exprimir livremente e desaparecer mentalmente da realidade que de facto faz parte e directa ou indirectamente ajuda a construir.
Sob o manto do escapismo os desejos e aspirações são tornados realidade, e todas as dificuldades fisicas, financeiras e muito essencialmente as da mente, são facilmente ultrapassadas, e a identidade natural (ou desejada) do individuo experimenta-se na sua plenitude.
Mas a realidade mais ou menos depressa conforme a resistencia (e o alienamento), vem sempre reclamar o seu poder, e as vidas continuam, arrastando-se presas em sonhos e aspirações de sentimentos, objectos, situações fora de alcance...
Porque pensamos sempre assim? Ao mero contacto com outros individuos, situaçoes, porque tendemos sempre a pensar que não somos merecedores de sentir, partilhar algo com alguem ou de atingir objectivos que muito aspiramos? E porque sonhamos constantemente com tais coisas se na maioria das vezes não as conseguimos materializar? Não!! Não me quero alienar da realidade, nem sempre a consigo suportar, mas quero enfrenta-la, preciso de o fazer...todos nós precisamos pois só assim conseguiremos materializar e vivenciar o que de facto sentimos ou queremos sentir e dizer, ao mundo, aos demais a nós proprios, uma confirmação de tranquilidade do self em relação a si mesmo.
Luto todos os dias para por em pratica o que referi, umas vezes falhando, outras com sucesso e sempre aprendendo, exorto-vos a tentarem fazer o mesmo, afinal, de que serve um sonho senao o tentarmos tornar realidade?

Tuesday, November 30, 2010

Eterno egoismo

Crise nacional, internacional, mundial, colapsos eminentes de sistemas, nações, povos.
Durante meio seculo o Ocidente, fio condutor do mundo conheceu a paz, aperfeiçoou o sistema economico, legal, começou a prestar atenção a alertas sobre problemas ambientais, procurou diminuir as desigualdades de oportunidade, criou o Estado Providencia.
Durante esse meio seculo conheceu um progresso que permitiu atingir niveis de qualidade de vida, inimaginaveis poucas decadas antes, e a sociedade ocidental progredia, em todas as vertentes do desenvolvimento humano.
Mas não era suficiente, quem estava no topo dessa sociedade de então, sonhava com o dia em que os limites legais, fronteiriços, morais, deixassem de ser um entrave ao empreendorismo e capacidade de expansão (leia-se ganancia absoluta e imperialismo economico)e tratavam de exercer a sua pressão nas populações, nos governos, e estender os seus tentaculos até a cortina de ferro.
Essa cortina, desceu em 1989, uma vitoria do capitalismo sobre o comunismo; era agora que o capitalismo provaria ao mundo, como é o melhor sistema, o mais forte, o unico capaz de proporcionar "boa vida" às populações do globo, em particular o capitalismo à americana do monopolio empresarial, que substituiria o monopolio de estado do comunismo.
Carreira ou morte, sera o lema da sociedade global, estado social, providencia,estabilidade laboral, emprego qualificado, valorização de competencias, serão palavras de um passado que sera melhor enterrar rapidamente, para que o magico capitalismo especulativo, possa desbravar o terreno tanto tempo espinhoso, e que tanto tempo protegeu as pessoas da cobiça desmesurada.
Agora os dados estavam lançados, as pessoas tem de concentrar todo o seu esforço mental para conseguir uma carreira, neste mundo capitalista desrregulado em que o estado nação pouco decide no essencial e os senhores do mundo puxam os cordelinhos de cada pais, gerando crises a seu bel prazer para os beneficiar, uma carreira que nunca sera recompensadora neste estado actual de coisas, que sera sempre exploradora, salvo para uns poucos que comem a mesa do poder, ou vendem a coluna para pedinchar uns restos da mesa.
E sociedade lentamente enlouquece, adormece, sentimentos sempre desvalorizados ou escondidos, medos, paranoia, eterno cansaço e depressao apenas aliviada pela tenue esperança orquestrada, com o intuito de fazer mexer os peões, deste xadrez perverso.
E os sentimentos de empatia, de capacidade de se por no lugar do outro e o compreender, sao completamente aniquilados, em prol do "todos por nenhum, e nenhum por todos".
Eterno egoismo é a corrente que escraviza a humanidade, e que o sistema global capitalista tao sabiamente aproveitou, para beneficio de uns poucos, com o sacrificio da maioria como preço, bem pequeno para eles...

Sunday, October 17, 2010

Que rumo?

Vivemos num mundo brutal, a todos os niveis, ao nivel do processamento e transmissão da informação, ao nivel da actividade economica, ao nivel relacional e afectivo, educativo, enfim, tudo exige rapidez, esforço e sacrificio, sendo o prémio na maioria das vezes o não reconhecimento de capacidades, e maior e continua exigencia.
Num mundo globalizado, assim se processam as vidas dos cidadãos, mas não de todos...aqueles que elegemos com maior ou menor desconfiança para nos representarem, para defender e desenvolver a sociedade nas suas diversas vertentes, vivem noutro mundo bem diferente.
Este mundo é pautado pelo luxo, estravagancia, desperdicio e completa indiferença ao sofrimento alheio, creio mesmo que se trata de uma incapacidade cronica de empatia, de dever, de orgulho, quão baixo se pode dexer neste mundo? O mais baixo que a raça humana desceu nas varias epocas cronologicas, não sendo esta epoca diferente de algum modo, apenas se aperfeiçoam os mecanismos de laxismo, clientalismo, nepotismo.
Sendo tambem verdade que isto se verifica em todo o mundo em Portugal merece um destaque pelo efeito que gera nas populações; praticamente toda a gente sabe que estas situaçõe existem, que são flagrantes, sabem tambem que o sistema socio-economico do nosso pais, esta de acordo com os mais desenvolvidos na europa e que pecará por defeitos de imaturidade democrata que ainda teremos, mas que falha sobretudo pelo egoismo, a cegueira, o conservadorismo e a falta de pudor para não dizer vergonha, dos dirigentes politico-economicos.
A nossa historia explica muita coisa, pessoalmente considero os descobrimentos o maior erro de Portugal; exploramos as colonias, que geraram abundantes riquezas para uma classe politica, militar e religiosa que se encheu, deixando o povo manso na ignorancia, e nao desenvolvendo infra estruturas ou tecido economico, necessarios, olhando para as "posses alem mar" como o verdadeiro orgulho, incapazes de perceber que a maior riqueza se encontra nas pessoas e no engenho humano.
Veio a infantil e mal preparada I republica, e a ditadura subsequente e os habitos classistas, coorporativistas mantiveram-se e progaram-se até, perdurando até ao 25 de Abril que não passou de uma transição de sistema, ingenuidade e utopia lusa ou apenas desnorte ideologico? Ambos, julgo, e o povo manso (mas critico) mantem-se incapaz de tomar as redeas da sociedade, atraves do associativismo, sindicalismo apartidario, e condena aqueles que deveriam ser os primeiros a sacrificarem-se, e que independentemente de o fazerem, nunca ficariam numa tao precaria situação como a dos seus "subditos".
Resta-me apenas, confiar no tal engenho e criatividade humanas, misturado com um pouco de utopia (especialmente neste pais) que é de facto possivel fazer muito melhor, na capacidade empatica e de sacrificio, por causas maiores, que sem duvida modificarão o rumo que temos vindo a seguir, e aparentemente seguiremos durante uns tempos mais...

Saturday, May 01, 2010

25

25 anos completados hoje, 25 anos de maus momentos, bons e intermedios, 25 anos de memorias, desejos, ambições, algumas cumpridas, muitas por realizar.
Acima de tudo, um dia para reflectir, na pessoa que fui, e na que actualmente sou e e no caminho que escolhi seguir; é certo que muita gente tem dificuldade em perceber este meu caminho, não é seguramente o mais facil, nem tão pouco o mais percorrido por escolha propria, mas é aquele que me faz sentir verdadeiro, nós vamos construindo a nossa personalidade através das experiencias que vivemos, e no modo como lidamos com elas, através do conhecimento que obtemos e como o aplicamos no nosso dia a dia, e na forma como nos deixamos levar pelo medo.
O medo de falhar perante os outros, perante nós mesmos, perante ideais e estereotipos que muitas vezes se confundem, não defendo a perfeição, ela não existe, eu não sou perfeito e não o é ninguem deste mundo, se somos humanos logo erramos, "errar é humano" e eu já errei muitas vezes, e continuo a errar, mas com 25 anos, aprendi a reconhecer os erros, a lidar com eles e a tentar fazer o melhor que posso em todos os aspectos da vida, tentar ser o melhor possivel junto daqueles que me rodeiam, com 25 anos já experienciei todo o tipo de emoções, muitas negativas, algumas positivas, com 25 anos sinto muito mais responsabilidade por mim, e por aqueles que me são proximos, sinto uma grande vontade de fazer muita coisa, por mim e pelos outros, acredito de igual modo em muita coisa que pouca gente acredita ja ser possivel, e são essas crenças que me mantem de pé, firme em valores que guiam a minha vida, e quero acreditar que tenha a idade que tiver, eles vão sempre manter-se e serão uma parte indissociavel da pessoa que sou, da pessoa que escolhi ser.

Tuesday, February 09, 2010

Republica de fantoches

Poderia ser das bananas é certo, no entanto a designação de republica das bananas é insuficiente a meu ver para retratar o estado de coisas a que o país chegou.
Vejamos o orçamento de estado, como seria de esperar correu tudo pela velha via, ou seja para problemas velhos, velhas soluções com os resultados conhecidos e depois temos as finanças regionais que vou falar mais adiante.
Portugal sofre de um mal comum a varios paises latinos e que é cultural na sua matriz: o forte fervor religioso ou pelo menos nos dias de hoje o conservadorismo e dogmatismo associados ao mesmo já que a mensagem cristã, distorcida pela igreja catolica que sempre preferiu construir e alimentar dogmas em vez de alimentar o intelecto e os valores humanistas como pilares da essência humana, não tem hoje a aceitação entre a população que teve em tempos não muito distantes, e pessoalmente considero isso positivo.
No entanto se aliarmos estes dogmas a politicas igualmente sectarias e dogmaticas temos uma mistura explosiva de conservadorismo e atraso humano, e foi isso que tivemos durante meio seculo com a ditadura.
O governo fascista e ultra conservador teve efeitos devastadores no pais ao nivel do desenvolvimento social, economico e humano, e os seus efeitos não foram correctamente neutralizados aquando a revolução de abril, uma revolução politica, marcada por lutas politicas nos anos imediatamente posteriores e por politicas implementadas à pressa num pais onde faltava quase tudo.
Assim a sociedade portuguesa sofreu mudanças por força da liberdade de expressão, de acesso à informação e pela integração na CEE que foi talvez o factor que mais contribuiu para a mudança de mentalidade "atlanticista e colonialista" de Portugal para uma mudança europeista que durante tanto tempo fora erradamente menosprezada; no entanto os sucessivos governos têm falhado na mudança dos padrões culturais dos portugueses, não se tem envolvido, tal é visto na sociedade portuguesa como uma invasão pelo estado na esfera pessoal, como alias é qualquer tentativa de intervenção estatal em qualquer sector social, e este é a meu ver um dos principais problemas da sociedade portuguesa, senão o mais grave de todos eles.
Não defendo de modo algum uma sociedade onde o estado tudo vê e tudo controla, mas o estado deve desempenhar um papel activo na sociedade, ser uma peça fundamental no motor da vida civil sem o qual esta não pode funcionar correctamente, é preciso haver um equilibrio entre serviços sociais, investimento publico (estrutural ou funcional) e a inciativa privada seja ela economica, cientifica, artistica etc.
A respeito do investimento publico mais uma vez parece-me que os sucessivos governos tem mantido as palas que os impedem de ver mais alem, investaimento publico não é somente construir infra estruturas, é investir nas pessoas, no ambiente no nosso pais, investimento publico é reformar o sistema de ensino para que seja mais justo e inclusivo, é modificar os serviços publicos para q sejam eficientes e percam a burocracia que os caracteriza, é garantir que possuimos um sistema de saude abrangente, capaz de dar resposta às necessidades da população e que não esteja refem de interesses de uns quantos particulares para os quais é do maior interesse que as coisas continuem como estão, é permitir que as pessoas desenvolvam ao maximo as suas capacidades para poderem tomar o seu lugar na sociedade conforme as suas aptidões e interesses, é dar lugar às novas gerações e aqueles que não tendo cor partidaria têm ideias e propostas para os problemas do pais para que tomem o lugar e a responsabilidade de gerir os destinos do país, com a supervisão e orientação necessaria mas com ideias novas e proprias, que façam esta população anestesiada participar activamente nao apenas atraves da voz, das redes sociais, mas de associações de cidadãos independentes de partidos politicos e das suas jogadas partidarias, que tantas vezes minam o bom senso e actuação dos sindicatos nacionais e acabam prejudicando aqueles que deveriam proteger, mas que por vezes não passam de meros peões.
Investimento publico tem mais de funcional do que estrutural portanto para poder dar bons resultados, vejamos o caso das finanças regionais, sabemos bem a crise economica que o pais atravessa com picos mais ou menos acentuados consoante as asneiras governamentais e a perversidade dos grupos economicos, e neste quadro os mesmo de sempre pagam as contas, para que os os grandes continuem grandes (e por estas paragens)para salvar os pequeninos quando tudo isto tiver acabado, triste ilusão neo liberal.
Assim sendo as varias regiões do pais veêm os fundos destinados serem reduzidos, incluindo as regiões autonomas que possuem caractristicas particulares que agravam a sua situação e em parte uma dessas caracteristicas é de indolo politica.
No caso dos açores o distanciamento, o turismo relativamente fraco comparado com a madeira ou algarve e uma população activa com elevados defices educacionais tornam extremamente dificeis o progresso economico e social, mas a insularidade traz consigo outro problema mais grave que é o da criação de caciques e de clientalismo, do qual a madeira é o caso mais exemplificativo; na madeira reina um individuo que mantem o pais refem (pela cobardia politica dos nossos lideres) dos seus caprichos, clamando sempre os fundos para a região modelo do pais, ora a região modelo e tudo menos um modelo a seguir, ja que o offshore da madeira é um dos grandes responsaveis pelo ficticio e aparente superior poder de compra dos madeirenses relativamente ao resto do pais, numa região onde o 25 de abril não se deu totalmente, onde uma franja significativa da populaçao sofre de altos deficits culturais, ampliados pelo estilo de actuaçao saloio e populista do presidente regional e onde outra franja significativa vive na pobreza, desprezada pelo governo da região, ja que deles não pode retirar dividendos de qualquer especie.
E assim estes problemas politicos vão sufocando o país e distraindo os responsaveis dos problemas por resolver, dos quais não fazem parte muitos deles que referi, nem tão cedo farão, caso se mantenham no poder, os fantoches do costume, manipulados por interesses obscuros dos varios quadrantes sociais e por eles mesmos numa espiral de "mãos que se lavam vezes sem conta, umas às outras"...

Sunday, December 20, 2009

It's Christmas everybody!!

Mais uma vez a tradição repete-se, e com ela todo o ritual que a acompanha; prendas,reuniões familiares, comida, comida, ja disse comida?
Nesta epoca como em muitas outras sinto sempre uma nostalgia, que me faz recuar a anos anteriores, a natais passados, uns melhores outros piores mas que fazem todos parte da minha memória geral.
Sabemos bem que o natal perdeu quase todo o seu significado, não é novidade alguma, e se nesta epoca se multiplicam as muito salutares campanhas de solidariedade, creio que de facto se trata mais de um cliché (positivo apesar de tudo) do que de uma verdadeira vontade de ajudar e de um despertar de sentido civico.
O civismo é raro na sociedade actual como o lince ibérico, fruto de condicionantes socio-economicas as pessoas sao obrigadas a viver numa sociedade (que apesar de tudo aceitam e dão continuidade ao não se revoltarem e participarem activamente)onde tem de lutar como se de animais se tratassem para um lugar ao sol, e para verem as mais basicas necessidades satisfeitas.
É triste esta sociedade, cinzenta e brutal nas regras que estabelece e no modo como as faz cumprir, e como consequência directa surgem os problemas psicologicos, o stress, a depressão o burnout(esgotamento) os problemas medicos, entre outros que acabam no final por ir dar todos ao mesmo sitio; ao amago das nossas familias e de nós mesmos.
Quantos de nós,(e quantas vezes) ja se olharam ao espelho e se questionaram: "quem é aquele/a pessoa?" como posso me sentir feliz e tranquilo de verdade, para de fingir para comigo mesmo que esta tudo bem? A resposta, creio que todos sabemos, é possivel mas requer MUDANÇA que a maioria das pessoas teme, ou não consegue realizar, ou nem quer, tão anestesiada que está com tudo o que a rodeia...mas eu recuso-me a ser assim, indignado, revoltado, preocupado sou e assim serei enquanto tiver forças para tal, recuso-me a deixar de ter ideologia, de sonhar de imaginar; como disse muito sabiamente uma professora do mestrado que frequento: "nunca deixem de ter utopias, pois se bem que irão falhar muitas vezes, são elas que vos fazem serem melhores em tudo quanto façam".
Acredito totalmente neste conceito, todos nós falhamos, inumeras vezes, atrevo-me a dizer que se calhar foram mais as vezes que falhei do que as que tive sucesso, mas cada sucesso compensa 10 falhanços, porquê ter medo de tentar novamente? E mais outra vez? São as estrategias de defesa que construimos que são as correntes e os muros que nos prendem e nos impedem de ver mais alem, de ver novas oportunidades.
Espero sinceramente que este post de algum modo acenda o espirito reivindicativo, tolerante e humanista de cada um que o leia, porque se tambem é cliché textos destes nesta epoca, concordemos que existem clichés que bem podem continuar, Boas festas!!

Wednesday, October 21, 2009

As ciências do homem

Parece um pouco estranho distinguirmos entre ciencias humanas e nao humanas, porque toda a ciencia é feita por seres humanos e tem como objectivo o conhecimento com vista a melhorar a nossa compreensao do mundo que nos rodeia, e como meta final, a ajudar-nos a viver melhor, a ter mais e melhor qualidade de vida.
No entanto, existe um conjunto de ciencias que pela sua especificidade e metodos se distinguem das denominadas ciencias da terra ou basicas; são as ciencias humanas e sociais, nas quais cabem: a psicologia, sociologia, antropologia, ciencia politica, para exemplificar as mais relevantes; e estas ciencias estudam o homem nas suas interacçoes sociais e culturais, na sua dimensao psiquica, na sua vivencia em sociedade e como nela se organiza.
Toda a ciencia e geradora de conhecimento importante para a humanidade, e todas se complementam e dão os seus contributos para o nosso progresso geral, e no entanto parece que as ciencias sociais, apesar de todo o conhecimento, exaustivamente obtido atraves dos metodos mais, ou menos objectivos nao tem proporcionado à humanidade, na ultima decada, uma melhoria significativa do seu modo de agir, viver e pensar individualmente e socialmente.
Toda a gente fala na crise de valores que atravessamos, factor dissecado em incontaveis teses de psicologia social e sociologia, da crise e descrença dos cidadaos nas instituiçoes politicas, e sabem-se os motivos, explicados pela ciencia politica, a sociedade compreende os seus problemas e estuda-os minuciosamente, mas na altura que de propôr soluções, ou ainda mais para as inculcar nas mentes colectivas, não existem equações capazes de resolver semelhante problema.
será que a sociedade, e a transformação da mesma, é patrimonio exclusivo de uns poucos "iluminados", insuficientes em numero para contrabalançar com as massas??
Não creio, muito sinceramente, se a ignorancia, é ateadora de incendios, a presunção intelectual é o combustivel dos mesmos, a nossa sociedade, na minha humilde opinião carece de um valor humano, raramente tido em consideração pelas ciencias sociais, a coragem.
É por falta de coragem politica, economica, educacional, entre tantos outros exemplos, que a sociedade vê não ser possivel, por em pratica muito do conhecimento que os seus membros produzem; nunca tivemos uma sociedade de tanta abundancia e liberdade é certo como nos ultimos 30 anos, mas isso tem um preço, é que tudo o que sobe muito, tem tendencia a descer a pique, e a crise economica ai esta para confirmar esta hipotese.
E em ambos os cenarios, os piores motivos da humanidade, brotam e florescem, no primeiro caso porque, desprovido de carecnias um hedonismo exacerbado toma conta de uma populaçao que não quer saber de ser humano e tudo oq isso representa, mas aproveitar a abundancia ao maximo, como os animais do deserto ao fim de uma seca, e na segunda, porque agudiza-se a sobrevivencia e só "quem tem unhas toca guitarra", afinal nao diferimos assim tanto dos animais.
O que as ciencias humanas falharam, foi na previsão de necessidades humanas, todas elas sem excepçao, se a psicologia social demonstrou que os seres humanos necessitam de afiliaçao social, e são vitimas da pressão de pares, nao explica como potenciar essa afiliaçao no mundo moderno ou como ensinar ás nossas crianças a resistirem á ameaça individual da pressao grupal, tal como a ciencia politica explica a teoria do estado e reconhece o afastamento dos cidadaos do mesmo, mas é incapaz de criar medidas que levem á sua reforma com vista a atingir esse objectivo.
Questões de varia ordem que se tornaria aqui fastidioso enumerar ditam estes factos, e creio que são bem conhecidas, afinal o mundo não é cor de rosa, por muito que á luz das ciencias e dos miraculosos metodos cientificos ás vezes possa parecer que as soluções estão mesmo á vista, mas como se sabe, as soluções e teorias, na maioria das vezes, raramente abandonam o papel, destino e caracteristica propria do ser humano.